quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Publicidade, consumismo e infância

Ninguém está imune ao consumismo proposto pela publicidade. Note quantas propagandas de carro e cerveja passam durante o horário nobre dos telejornais. Cerveja é nossa bebida oficial e sentimos que precisamos trocar de carro a cada ano. Imagina então como as crianças podem lidar com o bombardeio de propagandas de brinquedos cheias de efeitos “produzidos por computador”... Mãe, eu quero!
Mesmo acompanhando de pertinho e orientando meu filho ele ainda fica seduzido por muitos brinquedos e marcas que se vendem imperativas na tv entre um desenho e outro. Mas eu não sedo e o satisfaço com criatividade conforme as possibilidades, simulando os brinquedos com embalagens reaproveitadas. Ele sabe que para comprar coisas é preciso dinheiro e para ter dinheiro é preciso trabalhar e que isso implica em uma escolha: ou trabalho mais para comprar os brinquedos da tv que não são tudo aquilo que a propaganda diz ou brinco com ele. Mesmo com 4 anos, para ele isso já é bem claro. Brincar é sim uma necessidade, mas não é a propaganda que ensina isso. As crianças não precisam de publicidade para aprender sobre o mundo real, até porque elas vedem simulações limitadas, rotuladas e viciadas das relações sociais, do fogãozinho cor de rosa das meninas ao carro monstro dos meninos. A função da publicidade nada mais é do que manter o ciclo do consumo aquecido. E tudo termina com “movimentos produzidos por computador”. Meu filho não está na redoma: assiste os canais infantis e vê as propagandas. Mas eu preferia que ele não as visse. Embora entenda que são enganosas, são sedutoras demais para uma criança.
[Fiz esse depoimento para o Infância Livre do Consumismo. As imagens são da página no ILC. Saiba mais aqui: https://www.facebook.com/InfanciaLivredeConsumismo?ref=ts&fref=ts ]

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