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terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Santa Maria
Marcadores:
ética e política
Não conheço ninguém de Santa Maria pessoalmente, mas nem é preciso. Quando uma coisa dessas acontece não há como ficar alheio. É natural se contagiar com a tristeza das famílias e se colocar no lugar das mães que nunca vão se curar dessa dor.
Fico aqui na minha cabecinha tentando entender. Como pode uma pessoa adulta não ser capaz de imaginar que “brincar” com fogo dentro de um local fechado e coberto de material inflamável não pudesse causar algum estrago? Porque as autoridades permitem que se faça um show pirotécnico dentro de um lugar fechado, sem brigada de incêndio, por pessoas sem qualquer treinamento de combate a incêndios? Uma porta apenas para garantir o pagamento é mais importante do que garantir uma rota de fuga que salve vidas? Ganancia desenfreada? Burrice? Irresponsabilidade? O que que é isso??? Tragédia anunciada, crime!!!
O que é pior em toda essa história é confirmar que o lucro financeiro vem antes de tudo, antes mesmo da vida humana e isso não é exclusividade dos proprietários da boate Kiss. Nossa sociedade/civilização é assim: o dinheiro vale mais que tudo. Particularmente é muito difícil pra mim aceitar isso, não me adapto.
Enfim, desejo que essas famílias tenham algum conforto e calor humano para suportar suas perdas trágicas. Espero que os culpados sejam julgados e punidos. E acima de tudo, desejo que possamos mudar não só as leis e faze-las cumprir para evitar que tragédias como essa se repitam, mas principalmente, que no coração das pessoas o respeito ao próximo venha antes do dinheiro.
Termino essa postagem com as palavras da escritora Márcia Frazão, porque provavelmente me sinto tão “estranha em um mundo óbvio” quanto ela:
“A tragédia em Santa Maria é emblemática da perversidade de uma sociedade somente comprometida com o lucro e o consumo, uma sociedade que drena sem dó o sangue e a alma do ser humano, principalmente dos jovens, sem se importar com a qualidade de vida e segurança dele. Acho que já é tempo de pararmos de alimentar esse monstro e nos repensarmos enquanto seres humanos dignos de respeito e cuidados...” Márcia Frazão
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